28.6.10

Sei que sim, ...

_
Para você ouvir seu próprio silêncio,
no grito das minhas palavras.
_
Agora enquanto te pensava, deixava que a água caísse sobre meu corpo e fazia de conta que eram teus dedos. Aqueles dedos finos, claros e macios que muitas vezes displicentes sobre minha pele... brincavam. Uma brincadeira não convencional de quem quer seduzir, só tocar pra dizer no silêncio que não se traduz :"eu em você". Lembrava todas as lembranças que não são possíveis esquecer, desses olhos claros de um mel ácido quando se enraivece de tristeza da própria indecisão. Sentia, enquanto as gotas caíam, a tua existência, nessa ausência que se pronuncia presença, nesse vai e vem das horas roubadas do silêncio, que me chegam na claridade da noite, quando o vento toca isso que se apresenta como eu, em palavras tuas distantes, silêncio em pensamento que me busca e por buscar-me sem que se torne visível pensa que não vejo. Eu vejo, além dessa estrutura incipiente, nesse silêncio que envolve o espaço que me circunda, tua voz que não precisa ser som, porque antes de tudo é silêncio a falar de nós, ainda que lutes contra, porque é próprio do teu ser temer, temer a singularidade , esse silêncio que fala de "eu te amo" sem nunca dizer na materialidade das palavras tão gastas. Sei que simFalas a mim, e eu escuto... então... sai desse marasmo e para de bater na mesa no grito das folhas pra que eu te note, impossível não te ver. Lê meu silêncio nesse sentido de dizer o que você sempre soube e nunca quis acreditarmas que é real, no real da língua, discurso de amor imortal.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
de, CLoe (27 de junho, 2010)

Nenhum comentário:

Postar um comentário