7.4.10

[entre-espaço]

E foi quando ele parou de olhar, pos o livro sobre a mesa e continuou a beber na caneca, ficou por um tempo com a reação da overdose intelectual, interpessoal, que ficou desritimada dentro da cabeça. Respirou fundo, passou as mãos nos olhos, por baixo dos óculos, pensou em ir e ficar, em contar o que tinha acontecido, mas decidiu ir embora com a carona. Amarrou os cabelos, segurou os livros, beijou o rosto dela levemente, tocou os braços, segurou forte as mãos, e saiu pela porta da sala. Depois ela dividiu a vida em duas partes: na que ele a tocava nos braços, e na sombra dele saindo pela porta. Ela fechou os olhos e desejou com toda força que ali começasse um outro entre-espaço!


Claudilene Neves

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