12.7.10

(*) da vontade, que nunca passa.

E já passa das cinco lá fora, passa do ponto, da ponta e do conto. O frio já esquenta, o inverno corre apressado pro setembro. Tudo que tenho, esqueço, e transformo nesse meio tempo: nada tão figurado como o passado, nada tão cênico como o presente. É doce e amargo, frio e quente. E eu te confio como quem não te conhece, e sonho como se fosse possível. Rastejo. Não planejo. Subverto. Na palavra, os instantes. Eu ainda prefiro nas entrelinhas. Há tantos pensamentos e “eus” misturados nesses nós, que já nem me convencem mais. Não te tenho, nem te perco, retenho teus passos grudados no céu da boca, e te decoro como se fosse possível nunca mais sentir. Em cada passo - passo fome, passo frio, passo saudade, mas não passo vontade! E essa vontade, que nunca passa (...)

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Claudilene Neves

Um comentário:

  1. "Há tantos pensamentos e “eus” misturados nesses nós..."

    Melhor frase!

    Di, vc escreve tão bem... Dá até vontade de decorar todos seus textos.

    Bjo!

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