27.2.09

eu não escrevo poesia

Quando eu escrever poesia
Quero que tenha tino
Que tenha esperteza, distreza
Consumada, perversa, passada
Quero uma fase, melhor pra se distinguir
Quero uma nova capa, quero uma nova arma
Quero um novo elo, quero tocar meu ego,
De perto, de fato, de forma que eu sinta
O castigo que é não reconhecer-me enquanto escrevo
Que é não te ver, enquanto não te desejo
Pra dor, merthiolate
Te mando logo pra marte que já
é mesmo pra não te olhar de novo
E você me premia me colocando na estante
Me passa segurança, me chama de criança,
e fico aqui, sangrando o tédio a estanque.
/
Claudilene Neves

3 comentários:

  1. Me lembrou:
    "...Não me peça que eu lhe faça
    Uma canção como se deve
    Correta, branca, suave
    Muito limpa, muito leve
    Sons, palavras, são navalhas...
    E eu não posso cantar como convém,
    Sem querer ferir ninguém..."

    Brechó

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  2. Mais um mosaico, assim tão cheio de cores diferentes, de formas estranhas, de coisas que são desconexas para a razão. Mas que você gruda e faz uma poesia, um desabafo do coração.

    Quando eu crescer quero ser igual a você :D

    Bjs!

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  3. Vamos atualizar mais uma vez?
    ahuhasasuas!

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