18.8.08

deixe estar

Eu parei pra respirar, depois da discussão com as palavras. Discutimos sobre a diferença de ser, de estar e sentir. Foi difícil no início unir letra à letra, som e imagem, as sobras do passado, os fantasmas da paisagem e nem por isso culpo a janela lá de casa. A coisa virou palavra, que não foi grossa, mas invadiu, sussurrou, implicou, subverteu, ... um sentimento quase infantil. Eu podia mais ver aquele mundo com lentes e lembrar que o relógio me apressa, lembra da necessidade das órbitas do tempo, lembrar das caladas da noite, lembrar daquele silêncio de tal indiferença. Cada um com seu cada qual. Eu perdi. Não, os ângulos quando vistos mais de perto dizem que ganhei, ganhei tanto, vida, e paz e força, e muita vontade ser, sentir e estar, bem perto só e literalmente do que me interessa. Descobri que o que nos interessa provém também do que nos interessou mas deixou claro, que não se interessa mais por nós, então – “so let it be”!
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Claudilene Neves

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