25.1.08

pernas curtas

Sempre escrevi quando com raiva estava, as palavras saem deslizantes, meio que de lado, evasivas, talvez até mesmo violentas, mas tudo bem, eu posso não me importar com tudo isso. As palavras importam é de sair, não tem jeito de ficar travada aqui, em qualquer lugar.
.
Nem sempre as coisas saem como queremos, isso é verdade. Não dá pra desmentir esse tipo de coisa que “berra” dentro da gente, mesmo porque é a verdade contra a mentira, e suas pernas além de curtas são lentas também.
.
Tenho vivido sorrateiramente com as situações. Uma a cada dia, depois do mês 10 as coisas até se afastam mais de mim. São flores nos jardins e o chão molhado, beijando um asfalto, sonhando com letras e harmonias, e um som de fundo.
.
Tem dia que nada presta, e que nada prende. Fico perdida é exatamente por aí. Não quero que me falte nada, mas só não quero deixar que as coisas saiam de maneira franca, nem quero mesmo precisar, de inspiração pra fazer tudo que pretendo fazer.
.
Quero poder suar também, e soar bem! Talvez seja um sonho de infância vacilar entre o mais e o menos, uma freqüência atormentadora, ter com quem contar, com quem viver, com quem conviver. Pessoas difíceis, me aponto – sou uma delas – talvez até mesmo eu seja a “líder”, liderança. Controlem-me, eu gosto muito, muito de encontrar sílabas que combinem com palavras, que descombinem com os verbos, adoro um estrago.
.
Vou olhar pros lados e perceber qual é a miragem melhor pra decorar. A melhor música para cantar. Me perder, me encontrar, re-encontrar. Não tenho medo, decidi isso agora, que eu realmente não tenho medo mais.
.
Mas sim, eu me reservo no direito de sentir pavor às vezes, não só dos sentimentos (como já foi dito), mas dos pensamentos também, dos olhares também, das vontades também. Confortavelmente quero me mirar no espelho, dentro do olho, que no fundo eu acredito que more a alma e dizer, bem de va gar: tenho fé cega em ti, sou louca por ti, confio em ti.
.
Foi exatamente quando passou o “terror” e pensei: - a maioria das coisas pelas quais sentirei falta, já não existem mais, e se é só lembrança, isso tudo vai me acompanhar aonde eu estiver. Foi aí que fiquei mais tranqüila quanto à tudo “isso”.
.
Na verdade, o terror das coisas existe bem ali, onde você teve medo de vacilar.
.
.
Claudilene Neves
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário