12.12.07

Sem Ser Dolorosa_

Eu não sei o que dizer, sem usar palavras que só causam dor. Eu não sei o que fazer, fragmentar pedaços de pensamentos que ecoam dentro da minha cabeça, sem direito de falar ou de pensar. No momento, sinto muito. Sinto muito pelo amargo na saliva. Sinto muito pela palavra não dita. Sinto muito pela coragem que não existiu. Não me arrependo, me pergunto. Só pergunto o porquê, e quanto mais pergunto mais porquês gritam na minha cabeça. Dia sim, dia não. Sobrevivo, falo, canto, canso, sento. Afinal de tudo, tudo mesmo, o que não é um caso de vida? Que prosa, que verso? Me prostro. Eu falho, calo e repito. Uma dança, um grito, um ruído. Entre eu e o comum. Entre você e eu. Entre eu e os eus. Foi incomodando esses resquícios dolorosos, foi construindo pedaços novos, foi reinventando o que já existiu... Que hesitei em “atirar” em todos.
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Claudilene Neves
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