7.11.07

Eu quero abusar

Quero coisas menos ridículas que sentimentos. Sentimentos são balelas, e balelas tem me cansado. Chega de tanto blá blá blás incestuosos, cínicos e ridículos. Talvez eu tenha mesmo cansado de mim, afinal se sou sentimental, tenho por assim dizer me encontrado ridícula. De fato, de vez em sempre tenho ficado travada frente a uma página em branco, e às vezes não sei muito bem quando desenho, quando rabisco, quando amasso. Escrever que é bom nada. Quero escrever crônicas, mas não quero falar sobre pessoas, não quero contar casos, porque ando com muita, uma extrema e inquietante preguiça. Talvez de pensar. Não! É preguiça de sentir. Essa é a que cansa mais. Sentir cansaço, sentir ironia, sentir desconforto mental, pessoal, sentimental. Matem o sentimento! De que serve essa coisa que só faz a gente deixar de ser quem realmente quer (ou de demonstrar o que não queremos que ninguém veja). Será que de fato queremos algo, alguma coisa. Quero ter direito de poder ser falsa também. Falsa por não querer chorar, falsa por não querer provar, falsa por não querer sofrer, falsa por não querer sentir.
Há porventura, tanta coisa inquietante dentro do meu cérebro. Já pensei em consulta psiquiátrica, mas é que da última vez, o Sr. Médico Doidão, não compreendeu o delírio, mas tudo bem, eu não queria mesmo seu tratamento absurdamente inconseqüente. Prefiro continuar fingindo que sou maluca por opção. Acho que assusta mais as pessoas, e assim posso continuar no meio delas, só pra observar. Só de sacanagem, afinal a maioria nem é tão interessante assim, e nem eu sou tão boa em observação.
Vamos dar um tempo? Quem sabe um sinal? Um sinal de dividir, dividir etapas, dividir fases e depois multiplicar tudo isso pra tudo que pretendo fazer daqui pra frente.
Quero ser abusada. O abuso sempre foi uma arma importante pra mim, mesmo nunca tendo sido planejado formalmente. Eu gosto de ousar, das pessoas comentando e eu ali só ouvidos, escondida em qualquer canto que possa chamar de meu, só ouvindo sem ninguém olhar pra minha cara e me obrigar a virar uma pessoa sistematicamente “humorizada”, simpática e gente boa. Não quero ser gente boa. Só quero ter direito de ser eu. Paga imposto? Tudo bem, eu posso me virar. Vender as minhas idéias pra uma pessoa que não queira pensar. Vender o espaço meu de qualquer ponta, e encontrar um ponto, pra poder arrumar adaptação pra ser alguém. Um alguém que não tolera a idéia de ser apenas mais um, ... ser humano! Eu quero é ousar!

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Claudilene Neves

Um comentário:

  1. ué?
    cadê meu comentário?
    :S


    tá vai...
    eu disse...

    "Orraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
    esse ficou FODA.
    tava inspirada hein Dilenitááá?

    deixa eu copiar alguns trechos no meu caderno?
    tá, obrigada. ;) "

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